Introdução
A tecnologia USB
(Universal Serial Bus) é sinônima de comodidade e agilidade, afinal, é um
padrão que permite a interconexão de dispositivos dos mais variados tipos. No
entanto, cada vez mais surgem no mercado aparelhos que geram grandes volumes de
dados e que, consequentemente, necessitam de maior velocidade na transmissão
destes. É neste ponto que entra em cena o padrão USB 3.0 (também
chamado de SuperSpeed USB), cujas principais características serão
mostradas a seguir.
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Por que o USB 3.0 foi
criado?
A tecnologia USB surgiu no ano de 1994
e, desde então, foi passando por várias revisões. As mais populares são as
versões 1.1 e 2.0, sendo esta última ainda bastante utilizada. A primeira é
capaz de alcançar, no máximo, taxas de transmissão de 12 Mb/s (megabits por segundo), enquanto que a segunda
pode oferecer até 480 Mb/s.
Como se percebe, o USB 2.0 consegue ser bem rápido, afinal, 480 Mb/s
correspondem a cerca de 60 megabytes por segundo. No entanto, acredite, a
evolução da tecnologia está fazendo que velocidades muito maiores sejam
necessárias.
Não é difícil entender o porquê: o número de conexões à internet de alta
velocidade cresce rapidamente, o que faz com que as pessoas queiram consumir,
por exemplo, vídeos, músicas, fotos e jogos em alta definição. Some a isso ao
fato de ser cada vez mais comum o surgimento de dispositivos como smartphones e
câmeras digitais que atendem a essas necessidades. A consequência não poderia
ser outra: grandes volumes de dados nas mãos de um número cada vez maior de
pessoas.
Com suas especificações finais
anunciadas em novembro de 2008, o USB 3.0 surge para dar conta dessa e da
demanda que está por surgir. É isso ou é perder espaço para tecnologias como o FireWire, por exemplo. Para isso, a novidade
tem como principal característica a capacidade de oferecer taxas de
transferência de dados de até 4,8 Gb/s (gigabits por segundo). Mas não é só
isso...
O que é USB 3.0
Como você viu no tópico acima, o USB 3.0 surgiu porque o padrão precisou
evoluir para atender novas necessidades. Mas, no que consiste exatamente esta
evolução? O que o USB 3.0 tem de diferente do USB 2.0? A principal
característica você já sabe: a velocidade de até 4,8 Gb/s, que corresponde a
cerca de 600 megabytes por segundo, dez vezes mais que a velocidade do USB 2.0.
Nada mal, não?
Símbolo para dispositivos USB 3.0
Mas o USB 3.0 também se destaca pelo fator alimentação elétrica: o USB
2.0 fornece até 500 mil ampères, enquanto que o novo padrão pode suportar 900 mil
ampères. Isso significa que as portas USB 3.0 podem alimentar dispositivos que
consomem mais energia.
É claro que o USB 3.0 possui as
características que fizeram as versões anteriores tão bem aceitas, como Plug
and Play(plugar e usar), possibilidade de conexão de mais de um dispositivo
na mesma porta, hot-swappable (capacidade de conectar e
desconectar dispositivos sem a necessidade de desligá-los) e compatibilidade
com dispositivos nos padrões anteriores.
Conectores USB 3.0
Outro aspecto no qual o padrão USB 3.0 difere do 2.0 diz respeito ao
conector. Os conectores de ambos são parecidos, na verdade, mas não são iguais.
Conector USB 3.0 A
Como você verá mais adiante, os cabos da tecnologia USB 3.0 são
compostos por nove fios, enquanto que os cabos USB 2.0 utilizam apenas 4. Isso
acontece para que o padrão novo possa suportar maiores taxas de transmissão de
dados. Assim, os conectores do USB 3.0 possuem contatos para esses fios
adicionais na parte do fundo. Caso um dispositivo USB 2.0 seja utilizado, este
usará apenas os contatos da parte frontal do conector. As imagens a seguir
mostram um conector USB 3.0 do tipo A:
Estrutura interna de um conector USB 3.0 A - Baseado em imagem da USB.org
Conector USB 3.0 A - imagem por USB.org
Você deve ter percebido que é possível conectar dispositivos USB 2.0 ou
1.1 em portas USB 3.0. Este último é compatível com as versões anteriores.
Fabricantes também podem fazer dispositivos USB 3.0 compatíveis com o padrão
2.0, mas neste caso a velocidade será a deste último. E é claro: se você vai
interconectar dois dispositivos por USB 3.0, o cabo precisa ser deste padrão.
Conector USB 3.0 B
Tal como acontece na versão anterior, o USB 3.0 também conta com
conectores diferenciados para se adequar a determinados dispositivos. Um deles
é o conector do tipo B, utilizado em aparelhos de porte maior, como impressoras
ou scanners, por exemplo.
Em relação ao tipo B do padrão USB 2.0, a porta USB 3.0 possui uma área
de contatos adicional na parte superior. Isso significa que nela podem ser
conectados tantos dispositivos USB 2.0 (que aproveitam só a parte
inferior) quanto USB 3.0. No entanto, dispositivos 3.0 não poderão ser
conectados em portas B 2.0:
Conector USB 3.0 B - imagem por USB.org
Micro-USB 3.0
O conector micro-USB, utilizado em smartphones, por exemplo, também
sofreu modificações: no padrão USB 3.0 - com nome de micro-USB B -, passou a
contar com uma área de contatos adicional na lateral, o que de certa forma
diminui a sua praticidade, mas foi a solução encontrada para dar conta dos
contatos adicionais:
Conector micro-USB 3.0 B - imagem por USB.org
Para facilitar a diferenciação, fabricantes estão adotando a cor azul na
parte interna dos conectores USB 3.0 e, algumas vezes, nos cabos destes. Note,
no entanto, que é essa não é uma regra obrigatória, portanto, é sempre
conveniente prestar atenção nas especificações do produto antes de adquiri-los.
Sobre o funcionamento
do USB 3.0
Como você já sabe, cabos USB 3.0 trabalham com 9 fios, enquanto que o
padrão anterior utiliza 4: VBus (VCC), D+, D- e GND. O primeiro é o responsável
pela alimentação elétrica, o segundo e o terceiro são utilizados na transmissão
de dados, enquanto que o quarto atua como "fio terra".
No padrão USB 3.0, a necessidade de transmissão de dados em alta
velocidade fez com que, no início, fosse considerado o uso de fibra óptica para
este fim, mas tal característica tornaria a tecnologia cara e de fabricação
mais complexa. A solução encontrada para dar viabilidade ao padrão foi a adoção
de mais fios. Além daqueles utilizados no USB 2.0, há também os seguintes:
StdA_SSRX- e StdA_SSRX+ para recebimento de dados, StdA_SSTX- e StdA_SSTX+ para
envio, e GND_DRAIN como “fio terra” para o sinal.
O conector USB 3.0 B pode contar ainda
com uma variação (USB 3.0 B Powered) que utiliza um contato a mais para
alimentação elétrica e outro associado a este que serve como "fio terra",
permitindo o fornecimento de até 1000 mil amperes a um dispositivo.
Quanto ao tamanho dos cabos, não há um
limite definido, no entanto, testes efetuados por algumas entidades
especialistas (como a empresa Cable Wholesale) recomendam, no máximo, até 3 metros
para total aproveitamento da tecnologia, mas esta medida pode variar de acordo
com as técnicas empregadas na fabricação.
No que se refere à transmissão de dados em si, o USB 3.0 faz esse
trabalho de maneira bidirecional, ou seja, entre dispositivos conectados, é
possível o envio e o recebimento simultâneo de dados. No USB 2.0, é possível
apenas um tipo de atividade por vez.
O USB 3.0 também consegue ser mais eficiente no controle do consumo de
energia. Para isso, o host, isto é, a máquina na qual os dispositivos são
conectados, se comunica com os aparelhos de maneira assíncrona, aguardando
estes indicar a necessidade de transmissão de dados. No USB 2.0, há uma espécie
de "pesquisa contínua", onde o host necessita enviar sinais
constantemente para saber qual deles necessita trafegar informações.
Ainda no se que se refere ao consumo de energia, tanto o host quanto os
dispositivos conectados podem entrar em um estado de economia em momentos de
ociosidade. Além disso, no USB 2.0, os dados transmitidos acabam indo do host
para todos os dispositivos conectados. No USB 3.0, essa comunicação ocorre
somente com o dispositivo de destino.
Finalizando
O USB 3.0 veio para
substituir o padrão anterior? Pode até ser que isso aconteça em um futuro
próximo, mas no momento a resposta é: não. Isso porque ainda há uma série de
dispositivos que são bem atendidos pela tecnologia USB 2.0, tanto que, pelo
menos nesta fase inicial, será comum encontrar laptops e placas-mãe, por
exemplo, que oferecem portas nos dois padrões.
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